O que significa “EP”?

Muitas vezes a gente escuta:

“Quero gravar um EP.”

“Estou produzindo um EP.”

“Comprei um EP da minha banda favorita.”

 

Mas, afinal, o que significa a sigla EP mesmo? Qual a origem da palavra EP?

A sigla “EP” vem do termo em inglês “extended play” e significa uma obra musical que contém mais músicas do que um “single”. Daí o termo “extended”, indicando que o EP é um “single” estendido, com mais faixas. Normalmente possuem de 4 a 6 faixas, posicionando-se como um intermediário entre um “single” e um álbum (que, em geral, possui de 10 a 12 faixas).

O EP surgiu entre os anos 50 e 60, como uma compilação de músicas ou uma amostra de um álbum lançado em LP. Mesmo após o surgimento do CD em 1982, o conceito de EP tem se mantido.

Um artista pode optar pela produção de um EP por vários motivos. Pode ser visto como uma prévia do seu próximo álbum, ou como um item promocional a ser distribuído para a mídia. O EP pode servir também para lançamento de novos artistas e bandas que desejam testar a repercussão do seu trabalho antes de partir para um álbum. A questão financeira também pode ser um motivo para a escolha do EP, uma vez que o seu custo é menor em relação ao de um CD.

Hoje o artista conta com várias opções de produção: CD, EP, “single”. Cabe ao artista escolher dentre as suas possibilidades, objetivos e concepção musical qual o formato que mais se adequa ao seu momento artístico e pessoal.

O mais importante em tudo isso é expressar-se e compartilhar com o público aquilo que pensa, que gosta, que sente e que lhe faz realizar-se como artista. Ou seja, o que vale mesmo é “soltar o som”.


Webster Santos – conheça o músico, o artista e um ser humano muito especial

Conheça um pouco do multi-instrumentista baiano Webster Santos: sensibilidade, muito swing, muita sofisticação, sorriso aberto, coração. E agora “Sem Fronteiras”….

Fala um pouco para gente do CD “Sem Fronteiras”.

“Sem Fronteiras” é o meu primeiro disco solo como artista. Ele foi concebido diante da necessidade de me expressar e contribuir para a arte. Após ganhar o prêmio do PROAC, eu consegui concretizá-lo.

Temos a impressão de que você já nasceu tocando. Como foi o seu primeiro contato com a música?

A minha família tem várias pessoas que tocam instrumentos e minha mãe dava aula de piano, era formada em piano. E eu ganhei meu primeiro violão com oito anos idade.

Como foi o processo de adaptação quando veio da Bahia para São Paulo?

São Paulo fascina qualquer nordestino e, no início, foi um processo normal de qualquer pessoa que chega numa cidade grande.

Mas como São Paulo oferece um contato com muitas veias artísticas, pois é um lugar que acolhe todo o Brasil, isso me pegou pelo pé e entrou em mim como um vírus.

Além do seu trabalho solo, você toca em bandas de grandes nomes, como a da Zélia Duncan. Como é essa experiência para você?

É de grande aprendizado e de grande desafio, pois eu tento atuar da melhor maneira possível, usar meus instrumentos para ser a ponte da arte deles.

Como é o Webster quando não está tocando? O que você gosta de fazer nos seus momentos livres?

Eu gosto de brincar com os filhos, gosto de ver filmes, de fazer atividade física. de comer bem…gosto de tudo que é bom.

Como ter nascido na Bahia influenciou a sua musicalidade?

Eu acho que nascer na Bahia me deu principalmente a mistura da colonização, a influência negra na música brasileira. Trouxe-me também o ritmo, o respeito e alegria de tocar.


Tutti Baê entrevista o músico e executivo de entretenimento Roberto Verta

Como é a rotina de um executivo de entretenimento?

Um dos aspectos mais emocionantes do nosso trabalho é justamente ter uma rotina que, por não seguir um padrão diário, talvez nem possa ser chamada de rotina. Não é como ir a um escritório todos os dias. Às vezes você está num estúdio de gravação ou de TV, ou em reuniões com seus clientes, entre eles os artistas, profissionais de produção, parceiros promocionais e de mídia. Enfim, não há tédio e não há um dia igual ao outro! Será que é tudo maravilhoso todos os dias? É claro que não e muitas vezes quando você fica na estrada com um artista estrangeiro por 10, 15 dias, a vida pessoal pode ficar em segundo plano. De qualquer forma, pode ser uma vida muito gratificante se você ama o que faz.

Você trouxe para o Brasil importantes artistas internacionais, tais como Madonna, Lady Gaga, U2, Kiss, Metallica, Coldplay, e muitos outros. Como foi a experiência de trabalhar com grandes estrelas?

Tive a oportunidade de trabalhar com esses e outros artistas durante meus anos na Time for Fun. Quando se trabalha com um artista internacional, que só vem ocasionalmente ao nosso mercado, você passa a ter uma visão mais próxima das razões que fizeram deles grandes astros, e isso é muito esclarecedor. Dos mencionados, Madonna, Kiss e Metallica, por exemplo, chamam a atenção pelo nível de profissionalismo e pela preocupação com o aspecto “espetáculo”, enquanto U2 e Coldplay pelas preocupações com os princípios filosóficos e musicais deles, que vão além do espetáculo e que trazem uma carga emocional a mais. Kiss e Metallica tratam seus fãs maravilhosamente bem e o Coldplay tem um clima bastante informal. Em outros casos, como Nirvana e Oasis, por exemplo, você vê a história do rock sendo escrita na sua frente! Em todos os casos mencionados, foram grandes shows e tenho muita sorte por ter contribuído de alguma forma para que eles acontecessem no Brasil.

O que tem te chamado mais atenção recentemente no cenário musical?

Penso que o Brasil, um país altamente musical e com grandes talentos, vive um momento em que o mercado pop é bastante focado em poucos gêneros musicais em detrimento ao rico aspecto multi-dimensional da cultura brasileira. Hoje em dia se você não está no mercado sertanejo, no funk carioca ou no mundo gospel (abrangendo vários gêneros), é bem provável que você, como músico, tenha problemas em ascender às mídias de massa e ao público em geral. Isso é uma grande pena porque o rock, a MPB, o hip hop, a música nordestina e outras cenas regionais, sempre foram bastante prolíficas e tem gente boa em todos os cantos do Brasil.

Sabemos que você está fazendo um novo CD e que tem um novo parceiro. Fale um pouco desse projeto para gente.

Fazer música pra mim é uma forma de me manter conectado com minha primeira paixão e aquilo que me definiu como pessoa e, consequentemente, como profissional. Tenho um projeto, chamado Bombshake, que é um grande caldeirão das nossas influências, que, de tão vastas, são até difíceis de definir em poucas palavras. Então, acho que fazemos um som com influências que vão de Mutantes a Nine Inch Nails, tomando como pano de fundo e catalisador, os instrumentos eletrônicos. Meu parceiro no Bombshake é Richard Kraus, com quem tive a banda Harry nos anos 80 e 90 e com quem me entendo musicalmente muito bem. Nosso disco sai em 2016, se tudo correr bem.

Como o Roberto artista lida com o Roberto executivo e vice versa?

Acho que você precisa, antes de mais nada, ter paixão por aquilo que faz, então, em ambas as situações, procurar fazer bem é o que importa. É óbvio que o artista às vezes precisa de um pouco do senso de objetividade do executivo e o executivo precisa ser um pouco artista, ter criatividade e entender o outro artista, para não virar um chato!!

Que dicas você pode dar para novos artistas e bandas?

Às vezes artistas novos me pedem conselhos e é difícil dar uma dica que sirva para todos. Porém, o que é comum a todos nós que queremos fazer música ou viver dela é o seguinte: com o avanço das tecnologias, tudo ficou mais fácil: gravar um disco é incrivelmente mais simples do que sempre foi e lançar um disco hoje em dia significa que você tem o mundo como mercado em função das redes sociais e do universo de possibilidades que elas oferecem. Por outro lado, ser encontrado nesse incrível mundo novo de música nova, é como achar uma agulha no palheiro. Então, tentando resumir um assunto que é bem complexo, acho que a verdade do seu trabalho é o que importa: seja você mesmo, tenha autocrítica e trabalhe duro. É um mundo nada fácil, mas as recompensas pra quem ama a música de verdade podem ser enormes!

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Camila Machado conta como é ser filha de Filó, mãe de Felipe e empresária dos “Machados”

Entrevista feita por Tutti Baê

Alegria, espontaneidade, aconchego, amizade – é o que sempre sinto quando encontro Camila Machado, parece que cheguei em casa!!!

Camila sempre alto astral, Camila mulher, filha de Filó Machado e mãe de Felipe Machado.

Camila, conte-nos como você consegue manter este bom humor trabalhando tanto como trabalha?

Eu sou muito alegre, tenho muita fome de viver…vivo intensamente e aproveito cada momento. Seja no trabalho, em casa, com amigos. Como qualquer pessoa normal (não tanto no meu caso..rsrs), tenho meus momentos tristes, de introspecção, mas não é algo que eu goste de dividir com as pessoas….nesses momentos fico refletindo sozinha, chorando. Ainda bem que são poucos momentos…em geral, estou alegre e fazendo muita bagunça em casa com meus bichos e filho. Trabalhar eu tenho que trabalhar, então vamos encarar com bom humor…é desgastante, mas gratificante. Amo muito meu trabalho e a cada dia aprendo mais e conquisto aos poucos meus objetivos.

Hoje você empresaria exclusivamente a carreira do Filó e do Felipe ou também trabalha com outros artistas?

Dedico-me quase que totalmente ao trabalho do meu pai e meu filho. Eles são minha prioridade de trabalho e de vida, mas adoro fazer alguns “freela” com artistas que eu admiro e que me sinto honrada em trabalhar e fazer parte de suas vidas.

Como fica a questão dos estudos e brincadeiras do Felipe com a agenda de shows e, principalmente, as turnês?

Não posso dizer que a nossa rotina é normal como a das outras casas com crianças na idade do Felipe. Mas acompanho constantemente cada momento dele. Faço trabalhos de escola com ele, ensino o que sei, estudo para as provas. Ele vai muito bem na escola. Porém, brincar é mais prazer para mim do que para ele. Tem dias que ele está sério e eu fico atiçando alguma brincadeira. O fato é que sempre estou para o Felipe. Quando ele olha para o lado lá estou, pronta para o que der e vier. Eu abro mão da minha vida pessoal e social para estar nestes anos da formação da personalidade e caráter daquele que será o homem de amanhã. Eu sei o que desejo para o futuro do nosso país e ele está em minhas mãos, só preciso saber como conduzir.

Quando você notou que seu filho era muito talentoso, o que você sentiu?

Se eu disser que foi bebê, vocês acreditam? Pois bem…aos 3 meses de idade ele já sentava. Sentava na minha perna e eu fazia som de bateria: “tum, ti, tum, tum, ti..”, e ele dançava. Ele aprendeu a cantar antes de falar. Cantava a melodia sem soltar as palavras. Eu nunca falei com ele como se fosse um bebê. Sempre conversei normalmente e sinto que ele sempre me entendeu.

Fale um pouco como foi e quando foi que o Felipe começou a cantar e tocar.

Aos 2 anos e 10 meses gravou seu primeiro jingle, cantando uma música inteira. Aos 6 anos, participou do Musical da Broadway “A Bela e a Fera”, apresentando-se para um público de mais de 1.500 pessoas com uma orquestra abaixo do palco. Nessa altura, eu já tinha certeza do que ele seria. O violão veio aos 9 anos, mas com 7 anos ele já pedia para aprender.

Quando você era criança acompanhava o Filó em shows?

Sempre acompanhei. Em viagens também. A diferença era que meu irmão Sérgio subia no palco, queria tocar a bateria e eu gostava do camarim, arrumava tudo.

Camila, como é ser filha de um grande músico como o Filó?

Se eu analisar pela musicalidade dele, é um imenso orgulho e ao mesmo tempo desesperador. Não há o que eu possa fazer neste mundo para me igualar a ele ou ser como ele gostaria ou o que as pessoas esperam de mim. Agora, se eu olhar para ele como pai, acho que tenho o pai certo. Com minha personalidade e gênio, não poderia ter um pai mais amigo, compreensivo e cuidadoso.

E você canta ou toca algum instrumento?

Eu não canto nada….aliás, se eu cantar em casa, irrito o ouvido apurado do meu filho. Também não toco. Dizem que filho de peixe, peixinho é. Pois bem, eu puxei a minha mãe…isso mesmo. Gosto de escrever, de criar. Idealizo projetos todos os dias. São projetos culturais, ideias, etc. Um dos meus maiores desejos é realizar um festival de música instrumental na periferia, com todos os estilos musicais e suas fusões. Para que a música instrumental chegue a lugares remotos, que as pessoas descubram que não existe somente a música comercial que passa na TV ou a música erudita. Quando eu não precisar trabalhar tanto, pretendo dedicar-me mais aos trabalhos sociais. Não consigo imaginar uma vida em que não tenhamos responsabilidades sociais. Não consigo imaginar-me vivendo sem compartilhar e ajudar as pessoas. Sempre soube que não seria uma artista, a razão da minha existência é promover integração social através da cultura. O que faço agora é só o começo do começo.


LANÇAMENTO DO SITE VOX MUSIC STUDIO – 15 DE OUTUBRO 2015

No dia 15 de outubro, tivemos o evento de lançamento do site do Vox Music Studio. Contamos com a presença de artistas, músicos, parceiros e amigos para comemorarmos o “go live” do nosso site em versão bilíngue (português e inglês).

Vários artistas da nossa áudio e videoteca e da nossa playlist bem como músicos e artistas convidados estiveram conosco e nos presentearam com performances incríveis ao vivo, dando um sabor ainda mais especial ao evento.


Tutti Baê entrevista o terapeuta corporal Eduardo Fraga

Eduardo conte pra gente um pouco da sua carreira como tudo começou?

Tudo começou como uma escolha do Universo, sobre a minha pessoa, fui escolhido e não escolhi ser artista.

 Como você se tornou terapeuta corporal?

Foi um acaso, voltei da Europa e aí as coisas foram acontecendo e percebi que era a minha missão e não um compromisso, as coisas foram acontecendo naturalmente e assim me transformei num instrumento terapêutico.

 E o espaço Eduardo Fraga?

O Estúdio que leva o meu nome Eduardo Fraga existe há 16 anos e é um espaço muito especial, onde as pessoas vem e vão e não em vão!

É diferente trabalhar o corpo do cantor? Quais as maiores dificuldades e facilidades?

 Não é diferente se o cantor está aberto a sentir e desapegar do instrumento vocal. Tudo é uma questão de conquista e foco no que você quer adicionar dentro da sua bagagem profissional, questão só de paciência, como tudo na vida.

Sabemos que você participou de um clipe, como foi participar dessa experiência?

Foi tranquilo, participamos do clip no Estudio e deixamos a energia fluir, nada combinado e tudo em prol do trabalho da querida e amada Thamires, e o resultado foi esse: Mergulhamos nas cores, na textura dos panos e do privilégio de estar onde estou e ser quem somos.

 

Videoclipe de Thamires Tannous com a participação de Eduardo Fraga

Contato:

Eduardo Fraga – Terapeuta Corporal
www.estudiocorporal.med.br
Tel : 11  3259-4290  /Cel : 11  9820-2494


Mário Sérgio Falcaro – Experiência e Competência na Arte e Engenharia do Som

Numa tarde chuvosa na capital paulista, entre uma gravação e outra durante a pausa para o café, conversamos com o engenheiro de som Mário Sérgio Falcaro. Sempre calmo e tranquilo, Mário transmite a segurança de um profissional experiente que carrega na sua bagagem uma vivência invejável, tanto técnica como musical.

O primeiro contato com a música ocorreu de maneira quase que fortuita aos 14 anos, assistindo aos ensaios de um vizinho que tinha uma banda de rock e ensaiava na garagem. A vontade de participar foi tanta que começou a aprender bateria e a atuar como baterista substituto em ensaios em que o oficial não podia participar. Daí em diante, passou a estudar de forma autodidata instrumentos como contrabaixo, guitarra e teclado, motivado pelo som de bandas como Yes, Rush, Deep Purple, entre outras. Cursou Violão Clássico no Conservatório Musical Bela Bartok durante sete anos. Tocou em bandas de bar, bandas cover e bandas de baile. Conheceu o produtor musical do cantor e compositor Moacir Franco, que também atuava como produtor na TV Bandeirantes, Naty Bankleder. Foi convidado a atuar como tecladista na banda do cantor, trabalhando durante 9 anos, não apenas como músico, mas como responsável técnico do estúdio de Moacir, denominado “Da Torre“, onde teve a oportunidade de conhecer e trabalhar com a nata dos técnicos, produtores e arranjadores que já estavam atuando no mercado há muito tempo. Sua estreia como músico de estúdio foi participando no disco do palhaço Bozo (SBT) como guitarrista. A partir daí, trabalhou como músico, arranjador e produtor para diversos artistas, bem como compondo trilhas para peças teatrais. Especializou-se em plataformas de gravação e composição como Pro Tools, Logic e Cubase, além de teclados Workstation e Sequencer. Atualmente, também trabalha na Synthex como instrutor nos cursos de software de produção musical, Pro Tools, Logic, Cubase e Reason, estando sempre por dentro das mais recentes atualizações tecnológicas .

Mário compartilhou conosco um pouco da sua experiência:

Mário, quais são as maiores dificuldades e desafios das gravações?

“Eu sempre apostei no ser humano. A tecnologia está aí para auxiliar a gente. Sabemos que seu acesso esta cada vez mais fácil e mais barato, tornando “produzir” algo mais democrático. Essa tecnologia, por mais sofisticada que seja, não pode substituir aquilo que o ser humano não está capacitado a fazer. Ela serve como uma excelente ferramenta para lapidar o que o artista cria, tornando o material muito mais limpo e dentro dos padrões que o nosso mercado exige. Sem maiores dificuldades, é possível gravar em casa e postar na internet, fato que, sem dúvida nenhuma, foi responsável pelo aparecimento de diversos talentos que antes não tinham condições de divulgar suas obras. O mais difícil no mercado hoje é encontrar o material humano. Pessoas que saibam compor, cantar, tocar e que tenham realmente boas ideias. Do lado técnico, o desafio é encontrar profissionais que tenham um conhecimento profundo dos softwares utilizados nesse processo, uma vez que essa democratização da tecnologia fez com que muitos tivessem o acesso a eles, mas muito poucos tiveram o interesse em estudá-los para realmente tirar todo o proveito dessas ferramentas. Tendo um técnico com boa vontade e conhecedor profundo de suas ferramentas de trabalho, músicos bons, um bom compositor e um bom cantor, com um feeling bacana, o trabalho tem tudo para ter um ótimo resultado…..fácil, né?…rsrsrsrs.”

O que é mais difícil: gravar voz ou instrumentos?

“Para mim que sou instrumentista, eu acho que gravar a voz é mais difícil. A voz é uma ferramenta humana. Para o instrumento eu uso um afinador eletrônico e está tudo certo. Rapidamente afinamos um baixo, uma guitarra ou qualquer instrumento que necessite desse processo. A voz é um caso a parte. Ela depende de uma série de fatores que na maioria das vezes estão fora do nosso controle. Poderíamos falar desses fatores por várias horas, mas prefiro deixar a cargo da nossa preparadora vocal, Tutti Bae, que, sem dúvida nenhuma, poderá fazer isso com muito mais propriedade que eu…e olha que ela tem conteúdo para muitas entrevistas…rsrsrs… Por razões culturais, vivemos em um país que cultua muito mais os cantores do que os músicos. Isso não é uma critica, acho que com o passar do tempo, teremos naturalmente uma nivelação nesses valores. A voz normalmente é colocada no final do trabalho e, após meses produzindo e gravando, nem sempre lhe dão o devido carinho que deveriam. A gente não vive num país de música instrumental. Uma coisa que aprendi trabalhando com a Tutti é mensurar o valor que tem um preparador vocal antes das sessões de gravação, durante as sessões e o acompanhamento durante as mixagens. Por mais que você, cantor, seja técnico e experiente, não deixe de ter esse profissional na hora de pôr sua voz em um projeto. Um erro na voz pode comprometer totalmente o trabalho. Um erro no instrumental é muito menos perceptível. No Brasil não se tem o hábito de ter um preparador vocal. E isso, sem dúvida nenhuma, é extremamente importante.

Dependendo do gênero musical muda a forma de mixagem?

“Violentamente. Não só do gênero musical, mas do que o produtor da obra espera ouvir. Cada estilo tem as suas características. Eu, como técnico, busco entender o conceito do trabalho, ouvir as referências propostas de uma forma plena, despido do meu gosto pessoal, buscando entender os elementos daquele tipo de “mix”. Em nenhum momento sobreponho a diretriz do produtor, do arranjador e principalmente do artista. Tem que soar bem, principalmente para esses três elementos. Eu, como técnico, procuro dar respaldo a essa equipe, para que juntos possamos encontrar a melhor sonoridade possível. Mixagem não é como “pãozinho de padaria”, cada música tem uma história e você tem que saber contar essa história com carinho e personalidade. “

O que faz o diferencial na hora de gravar um CD?

“Bom…parece piegas o que vou dizer, mas acho que o clima entre a equipe tem papel fundamental nesse momento. Claro que existe um lado comercial por trás de tudo isso, mas na hora de pôr a mão na massa, esse quesito não deve abrir precedentes para se justificar um resultado ruim. Trabalhar com profissionais competentes, por si só, já facilita demais. São pessoas que sabem respeitar o trabalho de cada um dos envolvidos no projeto. Parece fácil, mas trabalhar em equipe é uma arte. Construímos uma família ao longo do projeto da Ronia Marques. Mais uma vez tenho que ressaltar o material humano. Especificamente neste disco, tive a felicidade de poder contar com profissionais incríveis (o arranjador Amador Longhini, o baterista Maguinho, o baixista Bruno Coppini, os violonistas Filó Machado e Webster Santos, o percussionista Márcio Forte, os backing vocals Che Leal e Jorgião, a cellista Adriana Holtz). A Tutti Bae com a direção artística e Vocal Coach que deu um show a cada sessão. Nossa Artista…..outro show a parte….nossa cantora e compositora …Ronia Marques….que delícia trabalhar com uma pessoa com tantas características incríveis como as dela. Trabalhamos com carta branca para criar, dar palpites, literalmente montar e desmontar o projeto por quantas vezes fossem necessárias. A palavra de ordem foi…vamos fazer o melhor, independente de qualquer coisa. Para mim esse entrosamento, esse carinho de toda essa equipe foi o principal motivo de termos alcançado um resultado tão gratificante.

Qual o trabalho que você está mixando ou mixou recentemente?

“Estamos “tirando do forno“ o trabalho da compositora e cantora Ronia Marques, no qual tive a oportunidade de aprender muito, com ela e toda nossa equipe. Eu trabalhei de uma forma diferente da que normalmente acontece no mercado. Geralmente o trabalho é solitário, as pessoas mandam o material para a mixagem e só nos encontramos no final da mix, para ver se está tudo ok. No caso do CD da Ronia, nós trabalhamos em equipe, pegando a opinião de cada um, faixa a faixa, fechando a mix somente depois da aprovação de cada um da equipe. Tivemos o cuidado de voltar atrás quando nem tudo estava bem definido e amadurecido. O resultado final nós estamos vendo agora após a masterização. Está inacreditável, tenho certeza que isso vai dar o que falar… meus parabéns a todos.”

Então, mostra um pouquinho deste trabalho para gente aqui do blog Vox Music…


Entrevista com o músico e arranjador Amador Longhini Jr.

Conte-nos como tudo começou para tornar-se músico e arranjador.

Comecei a estudar piano aos 11 anos com meu Pai e posteriormente ingressei no curso de Piano Erudíto e Popular do Conservatório de Tatuí. Lá tive contato com excelentes professores de todas as áreas da música. Começou então o meu interesse por Harmonia e Arranjo.
Após Tatuí, ingressei em música popular na UNICAMP onde concluí o curso de Bacharel em Música. Lá tive aulas de arranjo com o Maestro e Arranjador Cyro Pereira e Piano/Harmonia com o Prof. Hilton Jorge Valente “Gogô”.

Desde então, tenho me interessado muito pela Harmonia e Arranjo, procurando me aprimorar sempre. Após a faculdade, fiz cursos de Harmonia e Arranjo com o Prof. Claudio Leal Ferreira.

Atualmente sou diretor musical do cantor Fábio Jr. onde posso aplicar todo o meu conhecimento como pianista/tecladista e arranjador. Atuo também como professor de Piano, Harmonia e Arranjo na escola do Auditório do Ibirapuera.

Qual a diferença de arranjador para maestro, ou não há?

É comum chamarem o arranjador de Maestro, pois na maioria das vezes, o próprio arranjador tem o hábito de reger seus arranjos em gravações e espetáculos. Mas, se formos definir as funções, Maestro é aquele que rege (uma orquestra, uma banda, etc..) e Arranjador é quem concebe ou faz o arranjo (partituras para cada instrumento). Nem todo maestro é arranjador e nem todo arranjador é maestro. São funções distintas, podendo ser acumuladas.

O que te deixa feliz ao ouvir um arranjo seu?

É como ver um filho nascer…

Um arranjo é uma criação onde o arranjador coloca todo seu conhecimento, experiência e musicalidade no papel. Quando os músicos executam suas partituras dando vida ao arranjo é como se algo brotasse, pois até o momento os sons estão apenas descritos em partituras musicais através das notas.

 

Ouvir um arranjo seu é algo maravilhoso….

Atualmente conte um pouco do que você tem feito de shows e CDs.

Atualmente faço a direção musical do cantor Fábio Jr., acompanhando-o em shows e programas de TV.
Atuo no mercado de gravação tocando piano/teclados e produzindo arranjos de diversos estilos musicais, além de produzir trilhas musicais para TV.

Você sempre toca os arranjos que faz ou nem sempre?

Na maioria das vezes participo como instrumentista (Piano/Teclados) dos arranjos que escrevo.

Você fez os arranjos da compositora Ronia Marques, como foi essa experiência ? E o resultado ficou como você esperava?

Sim. Eu escrevi os arranjos do Disco da Ronia e gravei todos os Pianos/Teclados.
Foi uma experiência fantástica, pois a Ronia me proporcionou a oportunidade de criar arranjos inéditos para suas composições. Desta forma pude colocar todas as minhas influências musicais em prática.

O resultado ficou acima de minhas expectativas, pois contei com a participação de excelente músicos gravando e a supervisão da Tutti produzindo e respeitando tudo o que foi escrito.

Só posso agradecer a oportunidade e confiança que me foi dada.