Webster Santos – conheça o músico, o artista e um ser humano muito especial

Conheça um pouco do multi-instrumentista baiano Webster Santos: sensibilidade, muito swing, muita sofisticação, sorriso aberto, coração. E agora “Sem Fronteiras”….

Fala um pouco para gente do CD “Sem Fronteiras”.

“Sem Fronteiras” é o meu primeiro disco solo como artista. Ele foi concebido diante da necessidade de me expressar e contribuir para a arte. Após ganhar o prêmio do PROAC, eu consegui concretizá-lo.

Temos a impressão de que você já nasceu tocando. Como foi o seu primeiro contato com a música?

A minha família tem várias pessoas que tocam instrumentos e minha mãe dava aula de piano, era formada em piano. E eu ganhei meu primeiro violão com oito anos idade.

Como foi o processo de adaptação quando veio da Bahia para São Paulo?

São Paulo fascina qualquer nordestino e, no início, foi um processo normal de qualquer pessoa que chega numa cidade grande.

Mas como São Paulo oferece um contato com muitas veias artísticas, pois é um lugar que acolhe todo o Brasil, isso me pegou pelo pé e entrou em mim como um vírus.

Além do seu trabalho solo, você toca em bandas de grandes nomes, como a da Zélia Duncan. Como é essa experiência para você?

É de grande aprendizado e de grande desafio, pois eu tento atuar da melhor maneira possível, usar meus instrumentos para ser a ponte da arte deles.

Como é o Webster quando não está tocando? O que você gosta de fazer nos seus momentos livres?

Eu gosto de brincar com os filhos, gosto de ver filmes, de fazer atividade física. de comer bem…gosto de tudo que é bom.

Como ter nascido na Bahia influenciou a sua musicalidade?

Eu acho que nascer na Bahia me deu principalmente a mistura da colonização, a influência negra na música brasileira. Trouxe-me também o ritmo, o respeito e alegria de tocar.


Tutti Baê entrevista o músico e executivo de entretenimento Roberto Verta

Como é a rotina de um executivo de entretenimento?

Um dos aspectos mais emocionantes do nosso trabalho é justamente ter uma rotina que, por não seguir um padrão diário, talvez nem possa ser chamada de rotina. Não é como ir a um escritório todos os dias. Às vezes você está num estúdio de gravação ou de TV, ou em reuniões com seus clientes, entre eles os artistas, profissionais de produção, parceiros promocionais e de mídia. Enfim, não há tédio e não há um dia igual ao outro! Será que é tudo maravilhoso todos os dias? É claro que não e muitas vezes quando você fica na estrada com um artista estrangeiro por 10, 15 dias, a vida pessoal pode ficar em segundo plano. De qualquer forma, pode ser uma vida muito gratificante se você ama o que faz.

Você trouxe para o Brasil importantes artistas internacionais, tais como Madonna, Lady Gaga, U2, Kiss, Metallica, Coldplay, e muitos outros. Como foi a experiência de trabalhar com grandes estrelas?

Tive a oportunidade de trabalhar com esses e outros artistas durante meus anos na Time for Fun. Quando se trabalha com um artista internacional, que só vem ocasionalmente ao nosso mercado, você passa a ter uma visão mais próxima das razões que fizeram deles grandes astros, e isso é muito esclarecedor. Dos mencionados, Madonna, Kiss e Metallica, por exemplo, chamam a atenção pelo nível de profissionalismo e pela preocupação com o aspecto “espetáculo”, enquanto U2 e Coldplay pelas preocupações com os princípios filosóficos e musicais deles, que vão além do espetáculo e que trazem uma carga emocional a mais. Kiss e Metallica tratam seus fãs maravilhosamente bem e o Coldplay tem um clima bastante informal. Em outros casos, como Nirvana e Oasis, por exemplo, você vê a história do rock sendo escrita na sua frente! Em todos os casos mencionados, foram grandes shows e tenho muita sorte por ter contribuído de alguma forma para que eles acontecessem no Brasil.

O que tem te chamado mais atenção recentemente no cenário musical?

Penso que o Brasil, um país altamente musical e com grandes talentos, vive um momento em que o mercado pop é bastante focado em poucos gêneros musicais em detrimento ao rico aspecto multi-dimensional da cultura brasileira. Hoje em dia se você não está no mercado sertanejo, no funk carioca ou no mundo gospel (abrangendo vários gêneros), é bem provável que você, como músico, tenha problemas em ascender às mídias de massa e ao público em geral. Isso é uma grande pena porque o rock, a MPB, o hip hop, a música nordestina e outras cenas regionais, sempre foram bastante prolíficas e tem gente boa em todos os cantos do Brasil.

Sabemos que você está fazendo um novo CD e que tem um novo parceiro. Fale um pouco desse projeto para gente.

Fazer música pra mim é uma forma de me manter conectado com minha primeira paixão e aquilo que me definiu como pessoa e, consequentemente, como profissional. Tenho um projeto, chamado Bombshake, que é um grande caldeirão das nossas influências, que, de tão vastas, são até difíceis de definir em poucas palavras. Então, acho que fazemos um som com influências que vão de Mutantes a Nine Inch Nails, tomando como pano de fundo e catalisador, os instrumentos eletrônicos. Meu parceiro no Bombshake é Richard Kraus, com quem tive a banda Harry nos anos 80 e 90 e com quem me entendo musicalmente muito bem. Nosso disco sai em 2016, se tudo correr bem.

Como o Roberto artista lida com o Roberto executivo e vice versa?

Acho que você precisa, antes de mais nada, ter paixão por aquilo que faz, então, em ambas as situações, procurar fazer bem é o que importa. É óbvio que o artista às vezes precisa de um pouco do senso de objetividade do executivo e o executivo precisa ser um pouco artista, ter criatividade e entender o outro artista, para não virar um chato!!

Que dicas você pode dar para novos artistas e bandas?

Às vezes artistas novos me pedem conselhos e é difícil dar uma dica que sirva para todos. Porém, o que é comum a todos nós que queremos fazer música ou viver dela é o seguinte: com o avanço das tecnologias, tudo ficou mais fácil: gravar um disco é incrivelmente mais simples do que sempre foi e lançar um disco hoje em dia significa que você tem o mundo como mercado em função das redes sociais e do universo de possibilidades que elas oferecem. Por outro lado, ser encontrado nesse incrível mundo novo de música nova, é como achar uma agulha no palheiro. Então, tentando resumir um assunto que é bem complexo, acho que a verdade do seu trabalho é o que importa: seja você mesmo, tenha autocrítica e trabalhe duro. É um mundo nada fácil, mas as recompensas pra quem ama a música de verdade podem ser enormes!

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