Entrevista feita por Tutti Baê
Alegria, espontaneidade, aconchego, amizade – é o que sempre sinto quando encontro Camila Machado, parece que cheguei em casa!!!
Camila sempre alto astral, Camila mulher, filha de Filó Machado e mãe de Felipe Machado.
Camila, conte-nos como você consegue manter este bom humor trabalhando tanto como trabalha?
Eu sou muito alegre, tenho muita fome de viver…vivo intensamente e aproveito cada momento. Seja no trabalho, em casa, com amigos. Como qualquer pessoa normal (não tanto no meu caso..rsrs), tenho meus momentos tristes, de introspecção, mas não é algo que eu goste de dividir com as pessoas….nesses momentos fico refletindo sozinha, chorando. Ainda bem que são poucos momentos…em geral, estou alegre e fazendo muita bagunça em casa com meus bichos e filho. Trabalhar eu tenho que trabalhar, então vamos encarar com bom humor…é desgastante, mas gratificante. Amo muito meu trabalho e a cada dia aprendo mais e conquisto aos poucos meus objetivos.
Hoje você empresaria exclusivamente a carreira do Filó e do Felipe ou também trabalha com outros artistas?
Dedico-me quase que totalmente ao trabalho do meu pai e meu filho. Eles são minha prioridade de trabalho e de vida, mas adoro fazer alguns “freela” com artistas que eu admiro e que me sinto honrada em trabalhar e fazer parte de suas vidas.
Como fica a questão dos estudos e brincadeiras do Felipe com a agenda de shows e, principalmente, as turnês?
Não posso dizer que a nossa rotina é normal como a das outras casas com crianças na idade do Felipe. Mas acompanho constantemente cada momento dele. Faço trabalhos de escola com ele, ensino o que sei, estudo para as provas. Ele vai muito bem na escola. Porém, brincar é mais prazer para mim do que para ele. Tem dias que ele está sério e eu fico atiçando alguma brincadeira. O fato é que sempre estou para o Felipe. Quando ele olha para o lado lá estou, pronta para o que der e vier. Eu abro mão da minha vida pessoal e social para estar nestes anos da formação da personalidade e caráter daquele que será o homem de amanhã. Eu sei o que desejo para o futuro do nosso país e ele está em minhas mãos, só preciso saber como conduzir.
Quando você notou que seu filho era muito talentoso, o que você sentiu?
Se eu disser que foi bebê, vocês acreditam? Pois bem…aos 3 meses de idade ele já sentava. Sentava na minha perna e eu fazia som de bateria: “tum, ti, tum, tum, ti..”, e ele dançava. Ele aprendeu a cantar antes de falar. Cantava a melodia sem soltar as palavras. Eu nunca falei com ele como se fosse um bebê. Sempre conversei normalmente e sinto que ele sempre me entendeu.
Fale um pouco como foi e quando foi que o Felipe começou a cantar e tocar.
Aos 2 anos e 10 meses gravou seu primeiro jingle, cantando uma música inteira. Aos 6 anos, participou do Musical da Broadway “A Bela e a Fera”, apresentando-se para um público de mais de 1.500 pessoas com uma orquestra abaixo do palco. Nessa altura, eu já tinha certeza do que ele seria. O violão veio aos 9 anos, mas com 7 anos ele já pedia para aprender.
Quando você era criança acompanhava o Filó em shows?
Sempre acompanhei. Em viagens também. A diferença era que meu irmão Sérgio subia no palco, queria tocar a bateria e eu gostava do camarim, arrumava tudo.
Camila, como é ser filha de um grande músico como o Filó?
Se eu analisar pela musicalidade dele, é um imenso orgulho e ao mesmo tempo desesperador. Não há o que eu possa fazer neste mundo para me igualar a ele ou ser como ele gostaria ou o que as pessoas esperam de mim. Agora, se eu olhar para ele como pai, acho que tenho o pai certo. Com minha personalidade e gênio, não poderia ter um pai mais amigo, compreensivo e cuidadoso.
E você canta ou toca algum instrumento?
Eu não canto nada….aliás, se eu cantar em casa, irrito o ouvido apurado do meu filho. Também não toco. Dizem que filho de peixe, peixinho é. Pois bem, eu puxei a minha mãe…isso mesmo. Gosto de escrever, de criar. Idealizo projetos todos os dias. São projetos culturais, ideias, etc. Um dos meus maiores desejos é realizar um festival de música instrumental na periferia, com todos os estilos musicais e suas fusões. Para que a música instrumental chegue a lugares remotos, que as pessoas descubram que não existe somente a música comercial que passa na TV ou a música erudita. Quando eu não precisar trabalhar tanto, pretendo dedicar-me mais aos trabalhos sociais. Não consigo imaginar uma vida em que não tenhamos responsabilidades sociais. Não consigo imaginar-me vivendo sem compartilhar e ajudar as pessoas. Sempre soube que não seria uma artista, a razão da minha existência é promover integração social através da cultura. O que faço agora é só o começo do começo.